Desde 2023, o cardápio de proteínas da alimentação escolar nas unidades escolares da rede estadual de ensino de Sergipe foi diversificado com a inclusão do camarão por meio do programa Filé de Camarão na Merenda Escolar. A iniciativa tem como objetivos diversificar o cardápio alimentar, promover o escoamento da produção da agricultura familiar e reforçar a regionalização da merenda escolar no estado.
Gerenciado pela Secretaria de Estado da Educação e da Cultura (Seduc), o programa beneficia todos os 102 centros de excelência que ofertam o ensino médio em tempo integral, o que corresponde a mais de 25 mil alunos da rede pública estadual de Sergipe. Em 2024, foram investidos R$ 1.282.904,92 na compra de 20.240 quilos de camarão. O processo de aquisição ocorre por meio de chamadas públicas, com licitação, aquisição e distribuição conduzidas pelo Conselho de Alimentação Escolar.
O secretário de Estado da Educação e da Cultura, Zezinho Sobral, avalia a iniciativa como impactante na alimentação por incluir uma proteína nutritiva, regional e de fácil manipulação com uma diversidade de opções para o cardápio. “Ao incluirmos o camarão na alimentação, estamos promovendo inclusão social por possibilitarmos que agricultores se profissionalizem por meio de chamadas públicas. Além disso, giramos a economia e incluímos mais uma opção no cardápio escolar, promovendo maior diversidade nutricional dos estudantes”, destaca.
A diretora do Departamento de Alimentação Escolar da Seduc, Lucileide Rodrigues, também ressaltou o impacto positivo da iniciativa. “O programa tem sido um sucesso desde o ano passado. Nosso objetivo é proporcionar aos alunos uma alimentação diversificada e de qualidade”, colocou, explicando que todo processo de introdução de um novo gênero alimentício no cardápio escolar passa por teste de aceitabilidade e formação de profissionais. Nos dias em que o crustáceo é servido, os alunos que têm alergias ou restrições alimentares consomem outra proteína.
No Centro de Excelência Secretário de Estado Francisco Rosa Santos, em Aracaju, o camarão é preparado quinzenalmente. Lá, as merendeiras recebem orientação específica sobre armazenamento, preparo e quantidades adequadas. “O camarão que a gente faz é delicioso, e os alunos gostam muito. Quem não come camarão recebe outra proteína no dia”, explicou a merendeira Janete Maria dos Santos.
O programa não só diversifica o cardápio, como também democratiza o acesso a essa proteína. “Muitos alunos não têm condições de comer camarão em casa, e como somos uma escola de ensino integral, essa inclusão é muito importante para nossa alimentação”, comentou Douglas da Silva, aluno do 2º ano do ensino médio.
De acordo com Maria Clara, estagiária de Nutrição que acompanha a qualidade e o preparo dos alimentos nas escolas, o camarão é uma excelente opção nutricional. “É uma proteína de alto valor nutritivo, e sua inclusão na merenda escolar não apenas diversifica o cardápio, mas também oferece um alimento diferente e de qualidade para os alunos”, indica.
Termo de autorização
O Centro de Excelência Francisco Rosa foi uma das unidades escolares em que o DAE realizou um teste de aceitabilidade entre os alunos e capacitou os profissionais da merenda escolar. No ato da matrícula, os pais assinam um termo de autorização do consumo por parte dos filhos. Se o aluno não come o camarão, ele tem acesso a outra proteína, como carne bovina, suína e frango.
A professora Nicélia Gomes também elogiou a alimentação escolar. “O cardápio da escola é muito variado e de excelente qualidade. A introdução do camarão é um diferencial importante para a nutrição dos alunos”, avalia.