O governo do republicano Donald Trump ordenou na sexta-feira às agências federais dos Estados Unidos que comecem a demitir os funcionários que trabalham em cargos relacionados com programas de diversidade, após tê-los colocado sob licença remunerada no começo da semana.
"Cada chefe de agência, departamento ou comissão tomará medidas para pôr fim, na medida máxima permitida por lei, a todas os escritórios e cargos" encarregados de promover a diversidade e a justiça ambiental "em um prazo de 60 dias", diz um memorando do Escritório de Gestão de Pessoal dos Estados Unidos, em referência aos postos de trabalho destinados a promover "diversidade, equidade, inclusão e acessibilidade".
No começo da semana, o presidente havia ordenado aos chefes das agências governamentais que apresentassem até sexta-feira um plano por escrito para reduzir o número de funcionários nos escritórios dos programas de diversidade, equidade e inclusão (DEI).
A referência à justiça ambiental, no entanto, parece ser nova. O site da Agência de Proteção Ambiental (EPA, pela sigla em inglês) a define como "o tratamento justo e a participação significativa de todas as pessoas, independentemente da sua renda, raça, cor, nacionalidade, filiação tribal ou deficiência, na tomada de decisões da agência e em outras atividades federais que afetam a saúde humana e o meio ambiente."
Durante a campanha presidencial, no ano passado, Trump criticou as políticas de DEI no governo federal e no mundo corporativo, afirmando que elas discriminavam as pessoas brancas, principalmente os homens.
O magnata republicano também demonizou durante sua campanha o reconhecimento da diversidade de gênero, e atacou a população transgênero, especialmente as mulheres trans nos esportes.
Trump assinou ordem executiva encerrando programas de diversidade, equidade e inclusão no governo federal logo em seus primeiros atos de governo, após ser empossado na segunda-feira, afirmando que as contratações passarão a ser "por mérito".
A ordem revogou partes de uma medida assinada pelo ex-presidente Joe Biden em seu primeiro dia no cargo, há quatro anos, e pode restringir o acesso a cuidados médicos de afirmação de gênero, segundo a agência americana Associated Press.
Em um memorando do Escritório de Gestão Pessoal (OPM, na sigla em inglês), chefes de departamentos e agências foram instruídos a planejar redução de pessoal envolvido nessas áreas até 31 de janeiro.
O novo decreto ainda orientou que os órgãos removam qualquer linguagem ou publicidade relacionada a iniciativas de DEI, retirando documentos ou diretrizes pendentes que pudessem contradizer as novas ordens.
Também foi ordenado que os chefes das agências investigassem, num prazo de 10 dias, se programas foram renomeados para mascarar seus propósitos, sob pena de “consequências adversas”.