NENHUM DEPUTADO BOLSONARISTA DEFENDEU OS IMIGRANTES EXPULSOS DOS EUA COM HUMILHAÇÃO E PANCADA E AINDA ELOGIAM TRUMP E PEDE QUE ELE INTERVENHA NO BRASIL.
Por volta de 1 hora da manhã de domingo, 26 de janeiro, o piloto do avião 066161 da Força Aérea dos Estados Unidos foi informado pela torre de controle da Base Marinha de San Diego (na Califórnia) que Bogotá acabava de cancelar seu registro de voo. Devido à mudança forçada perto do Arizona, os seus ocupantes – 80 colombianos que foram capturados em ações da Patrulha da Fronteira e do ICE (Serviço de Imigração dos Estados Unidos) durante a primeira e a segunda semana de janeiro – perceberam que não chegariam à Colômbia naquele dia, como lhes tinha sido assegurado.
O jornal colombiano El Tiempo teve acesso a redes de informação de latinos que permanecem ilegalmente no Texas e na Califórnia, de onde dão detalhes de como são as ações contra imigrantes e, além disso, começaram a divulgar informações sobre onde estão realizando as "caçadas", para não cair nelas.
Há casos documentados em que membros da Patrulha de Fronteira americana foram às casas de colombianos, mexicanos e hondurenhos e os levaram algemados vestindo chinelos de dedo e os colocaram no avião militar. No momento da decolagem — 12h20 no manhã de domingo, no horário local —, era registrada uma temperatura de 9°C.
“Só nos deram uma sacola para colocar o que pudemos tirar. Mas alguns deles tiveram seus pertences jogados fora”, garantiram a El Tiempo alguns dos deportados que chegaram no voo da Força Aérea Colombiana (FAC).
Redes de informantes
Segundo a publicação, foram impostas “cotas” de detenção à Patrulha da Fronteira e aos agentes do ICE, razão pela qual eles estariam intensificando as operações a estacionamentos, postos de gasolina, ruas e até mesmo ao redor de escolas onde há crianças latinas. Nesta semana, o número mínimo de detidos que seria exigido aumentou de 1.200 para 1.500 por dia.
Uma mensagem, supostamente postada por um professor da Northside High School, no Texas, sugeriria uma invasão às suas salas de aula, o que causou rejeição: "Todos deveriam vir para Fort Worth, TX, para a Northside High School. Tenho muitos alunos que nem sequer falam inglês e estão do 10º ao 11º ano. Eles têm que se comunicar comigo por meio do tradutor do iPhone. O @usedgov [marcando o perfil do Departamento Nacional de Educação] também deveria reformular totalmente nosso sistema escolar no Texas".
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O professor, que tem o nome de usuário @HookEm232, restringiu suas redes devido a reclamações da comunidade. Além de monitorizar esses perfis, redes de indocumentadas utilizam canais de grupos latinos para alertar onde estão sendo realizadas buscas.
“De Lake Elsinore, Murrieta e Temecula (Califórnia) há patrulhas de imigração na 15 e na 215 [vias locais], especialmente nas saídas”, diz uma mensagem. Também alertam onde ficam os postos de controle em San Diego.
Kit de emergência
Dado o terror que se sente nas ruas, até os meios de comunicação locais estão, segundo El Tiempo, dando instruções sobre os direitos que os imigrantes indocumentados têm quando são detidos e o kit que devem levar permanentemente com os seus documentos, um contato e até advogados no caso de serem separados das suas famílias.
Entre outros pontos, recomendam ter uma lista de números de emergência, um adulto que possa cuidar dos filhos dos imigrantes indocumentados e documentos importantes. Além disso, sugere que eles analisem alternativas para solicitar desde cidadania (para residentes permanentes) até asilo.
No caso da Colômbia, o governo do presidente Gustavo Petro – que enfrentou uma crise e sanções sem precedentes por se recusar a receber dois voos de deportados – ainda não definiu se continuará enviando aviões da FAC para trazê-los, dada a denúncia de tratamento desumano. O problema é que cada um destes voos custa entre 7.000 e 30.000 mil dólares. Para evacuar os civis deixados no meio da guerra na região do Catatumbo, foi necessário utilizar helicópteros emprestados da Ecopetrol.